Desculpem, mas ser Mãe é ser alguém muito especial. Não é fácil, não é mesmo! Não é só questão de vontade, implica muito além, nós filhos sabemos.
Claro, podemos tomar alguns dos exemplos da nossa própria vida, nossas mãezinhas, nossas esposas, nossas filhas, nossas amigas e mais. Lembro do jeito de olhar de minha mãe. Era envolvente, convincente. Conseguia mudar decisões de meu pai com seu modo discreto. E vejo aqui em casa, minha mulher com seu jeito bem mais forte, também congregando a família, sensibilizando os filhos como a mim.
E vejo as mulheres, mães amigas, também se voltando aos exemplos significativos que tiveram, e tem, de suas mães. Pela escolha das palavras com que enfrentam o mundo a sua frente, nas situações mais diversas, mais adversas. Isso me encanta.
O planeta que tenho visto se transformando em um universo estranho, ainda me surpreende, mas não desisto de manter minhas esperanças. Sei que um ser humano desumanizado com tanta agressividade que rola por aí é levado a fazer a vingança de suas frustrações com força contra dos demais. Se alguém gritar “segura o bandido” tantos nem irão se perguntar se de fato é uma verdade ou um fake, ou uma brincadeira imbecil, vão atacar o “alegado bandido” com a força de ódio que guardam lá dentro de si. Esses perderam o encanto de suas mamães. Precisamos voltar ao nosso antigo País, de alegria, de exp ectativa, de sorriso.
Lembro de uma vez, em que fui no aniversário de um amigo, ainda éramos adolescentes, faz muitos anos. Fazíamos a festa na mesa de jantar da casa. Todo mundo em volta falando o quanto podíamos. De repente entrou a mamãe dele. Ela foi vindo lentamente. E todo mundo foi se calando. Ela era a rainha, todos sabíamos. Aproximou-se da mesa, junto ao bolo. E disse bem baixinho: “Parabéns, querido”. O aniversariante a abraçou, agradeceu: “Obrigado Mamãe” e depois olhou para nós. E voltamos a falar muito e a comer o que havia na mesa. Certa vez contei isso e uns amigos me disseram: “Esse mundo acabou. As mães não são ma is assim”. Ou mãe é sempre mãe? Talvez sejam de um outro jeitinho, mas sempre serão aquele ser encantador que nos guia.
Você lembra de algum exemplo que sua mamãe lhe tenha deixado na vida? Um amigo lembrava de muitos. Tinha mãe braba, teve palmadas. Fiquei pensando nos modelos que recebi de minha mãezinha. Em especial o seu jeito de falar, sem esbravejar. Coisa difícil, mas muito importante. Coisa para quem pretende convencer, sem precisar submeter o outro. Como fui gestor por muito tempo, por muitas vezes, descobri que era melhor formar equipe e lideranças, do que ter subordinados, sendo só chefe. Por que não?
Todos nós aprendemos muito com nossas mães. E isso é gratificante. E nas nossas lembranças fica, permanece a força dos modelos que nos foram passados. Temos de reter os exemplos criativos, que nos levam a inventar, a adaptar em nossas vidas. Em especial os mais sorridentes, aqueles que nos levam a agregar, a juntar, a compartilhar. Como vinham de nossas mamães.