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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

Mestres

15 outubro 2022 - 05h00

Esta semana tive a oportunidade de me referir a origem de meu nome, “Suami”. Estava numa reunião, conversando com amigos e companheiros estudiosos.
Meu nome foi escolhido por meu pai e bem acatado por minha mãe. O nome lhe veio em razão das bases de sua formação Esotérica, de origem indiana, da Índia. Ele seguia essa visão do mundo nos anos de 1940. Um bom exemplo para ele era justamente Swami Vivekananda, um dos grandes filósofos que trouxeram para o Ocidente tanto da sua Cultura, e aqui recebendo também uma bela formação maçônica. 
Interessante saber do significado de “Swami”, em inglês, que meu pai ao registrar-me no cartório teve de traduzir para “Suami”. Na época era proibido escrever palavras com letras que não constavam formalmente no alfabeto português do Brasil: “K, W, Y”. Pois essa palavra expressa “Mestre de si mesmo”. Verdadeiramente o mais complexo grau a que podemos alcançar. Ainda tenho mais para chegar lá. Mas, talvez, seja o que mais devamos buscar, melhora a nós para melhorar o mundo.
De fato se refletirmos nos damos conta de que é sempre “mais fácil” ensinar os outros. Podemos formar os demais. Mas é muito complicado nos transformarmos. Essas interrogações nos surgem quando nos questionamos de que modo podemos ampliar o nosso próprio aprendizado.
Quando avançamos na busca de ampliarmos nosso saber, que deveria ser um ponto a, permanentemente, visarmos, como deixarmos de atentar para tal ponto? Quanto temos deixado de direcionar nossa vida? 
Fui Professor por umas tantas décadas.
Sei que sempre fui um curioso, um pesquisador, um estudioso, com visão larga. Sempre gostei de Ciências Exatas e as colocava muito nos estudos de Ciências Humanas e de Literatura. Na Universidade chamamos isso de Estruturalismo, coisa não amada por todos, claro. Sempre busquei alargar o saber. Mas, talvez até em razão dessa imensa busca de chegar ao conhecimento, eu sinta, saiba, quanto é dificultoso fazer crescer seu próprio saber.
Vamos aprendendo por todo o nosso percurso no nosso fazer que um Professor leva muito tempo para descobrir-se Mestre, que é saber que pode mais aprender quando mais ensina.
Tive acesso a uma entrevista de Edgar Morin, o filósofo francês, que pude conhecer, onde ele dizia exatamente que o verdadeiro papel da educação “deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida”. Na prática do meu ofício fui percebendo que a Educação deve propiciar a Cultura, tudo o que a sociedade a que pertencemos faz e mostra. 
Começa lá na infância, quando nos identificamos com os pais, irmãos, parentes, vizinhos, amigos, colegas, rua, bairro, cidade, país, mundo. Temos sempre a aprender.
Agora, ante este Dia do Professor, a que temos de comemorar, ainda que frente a uns tristes resultados em nossa terra, homenageemos os Professores. Em especial aos que buscam tronar-se Mestres.