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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

Os Tempos não Param

03 setembro 2022 - 05h00

Estive relendo um texto já de algum tempo que escrevi sobre a as consequências de uma má gestão na nossa Educação, especialmente a pública e propunha um planejamento no tratamento para a área no pós-pandemia. E agora estava lendo sobre coisas ditas nessa campanha por políticos sobre a Educação. Tem bobagens, como sempre, mas tem gente que pode até estar vendo alguma saída que mostraram alternativas.
Vivi situações complexas nos meus tempos de Educador. A Educação não é destratada só hoje. Tive bons mestres, claro. E tive minhas vontades, meus sonhos. Hoje quando vejo alunos que vivem nas cidades e nem chegam a ter internet, sei o quanto ainda estamos longe de soluções. Sem fartos investimentos em Educação não formamos mão de obra, não poderemos ter desenvolvimento econômico. E teremos riscos, a coisa pode parar.
Esses dias fui levado a relembrar tempos bons em alguns aspectos. Uma colega, que trabalhou comigo na Escola Morato, a Professora Marilene Ferreira de Lima Oliveira, a quem sempre estimulei a continuidade de seus aperfeiçoamentos, acaba de concluir seu Doutorado, isso me deu uma enorme satisfação e esperança. Sei que ela vai para os pós-Doutorados, como sei que vai continuar contribuindo para a melhoria das escolas de ensino Fundamental e Médio e aperfeiçoamento dos colegas professores e gestores, que também tanto precisam. Meu carinho e respeito por suas vitórias.
Trabalhávamos numa Equipe com parceiros e Líderes empenhados. Foi possível demonstrar que juntos conseguíamos alcançar os resultados almejados. A Escola, por pelo menos uma década , exibiu os melhores resultados de aproveitamento dos alunos do Alto Tietê. Então, isso parecia para alguns uma forma de vaidade sendo exibida. Não era, Tudo era dialogado com as Famílias, com os Alunos, com os Funcionários, com os Professores, com a Comunidade. Isso exigia diálogo intenso, claro. Por que não? Publiquei um livro sobre esse processo.
Há uns cinquenta anos, na Universidade de Paris, a Sorbonne, fazendo o meu primeiro Mestrado, utilizei o computador lá existente. Ele ocupava toda uma sala bem grande. O meu projeto compreendia colocar um livro de poesias, do Eugenio de Andrade, grande poeta português contemporâneo. Digitávamos em cartões perfurados frases por frases. Eles eram salvos nas fitas do computador. Demonstramos que o livro fora escrito com cerca de 300 palavras, o que mostrava ser algo bem raro. Interpretei o livro com vários gráficos. Com Matemática e Lógica podemos alcançar entendimentos bem largos. Mas temos de saber ler isso. Na época surpreendeu alguns, não se via proximidade entre Matemática e Poesia. 
Os tempos andam, não param, não pararam. Hoje, desenvolvemos muito mais recursos em Informática. Mas precisamos alargar o acesso e o entendimento cada vez para mais gente.
As pessoas devem conversar mais, aprender a ouvir os outros, saber expor suas visões com respeito, compartilhar suas alegrias. Isso implica saber andar passo a passo no tempo que temos.