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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

Pra Lá e Pra Cá

12 novembro 2022 - 05h00

Estava me dando conta de que em minha vida por muitas e muitas vezes estive indo pra lá e pra cá. Não é o caso da maioria das pessoas. Umas por não poderem mesmo, outras até por não gostarem, outras por decidirem ficar no seu canto.
Claro que sei que é bem diferente viajar, ir daqui para ali, de vez em quando, daquilo que é mesmo alterar os seus locais por obrigações. Tenho amigos que aprenderam, até mesmo com seus pais, como é o caso de tantos servidores públicos, civis ou militares, que andam por muitos lugares, para se instalarem, se estabelecerem, morarem. Esse também foi o caso que vivenciei com a família por um longo tempo. 
Como conheço gente que adora seguir para muitos lugares a passeio, juntam seu dinheirinho só para se deslocarem. 
Não é a mesma coisa, mas ambas as situações, impõem condições próximas, como por exemplo, termos de nos adaptarmos as novas situações pelo correr da vida.
Também sabemos de gente que adora subir as Serras, ir para lugares montanhosos, mesmo para passar por uns bons frios. 
Outros fazem o que podem para ir para a beira do mar, especialmente com o calor mais forte.
Sei igualmente de outros que amam se deslocarem, viajar, seja para onde for, para cima, para baixo, para o Norte, para o Sul, Leste ou Oeste.
E não é que numa conversa sobre esses temas, ouvi gente dizendo que “odeia” se deslocar. Ama ficar no seu posto, em especial ao voltar do trabalho, ficar estável em sua casa, para estar, para se sentir bem tranquilo. Pois é, tem de tudo. Aí, fiquei pensando nisso de variar os ambientes de acordo com a fase do dia, claro e escuro ou do ano. Lembrei de versos de um poema de anos, que escrevi por umas diferenças:
“árvores que cobrem a minha rua/ vestem-se de verde claro/ ante a tênue primavera/ que se aprochega assim//
defendendo-se do calor veraneio/ pintam-se em tom mais escuro/ nos protegendo como chapéus de sol/ oferecidas gentilmente em suas amêndoas//
entumecidas essas suas folhagens/ nos escondem sábias/ a visão adiante do mar/
que nos convida a romper o horizonte/ para sairmos sem saber/ se um dia voltar//
ao se encurtarem os dias/ tornam-se em amarelo/ até depois se fazerem vermelhas/
esperando o frio passar//
mostram-se como os plátanos/ abandonando folha a folha/ cobrindo todo o chão a sua volta/ por onde ousamos passar//
quando as folhagens caem/ o mar logo adiante/ se faz ouvir mais e mais forte/ e começa a nos ressurgir//
as árvores que cobrem a minha rua/ por vezes nos protegem/ por vezes escondem o mar” (Poema “Umas Paisagens”)
Surge mais um instante, um novo local, um novo tempo. E nós por lá adiante. Seguramente também nos mudamos. E nada é, nem será, sempre igual.
Como é que você se localiza, meu caro leitor? Com que grupo você se identifica? Não para de andar? Não fica a esperar? Espera o tempo passar?