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Jornal Diário de Suzano - 13/09/2024
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Editorial

Terceirização polêmica

22 abril 2015 - 08h00

O DS ouviu, na semana passada, sindicatos de diferentes categorias sobre o polêmico projeto de lei que regulamenta a terceirização do trabalho no Brasil. Organizações sindicais já saíram às ruas para protestar. Em seu texto original, o projeto permite que as empresas terceirizem até suas atividades-fim, aquelas que estão no centro da atuação das companhias. Segundo os sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), sua aprovação promoveria a precarização das relações de trabalho no País. Já as entidades patronais, como a Fiesp, defendem que a medida poderia gerar milhares de novos postos de trabalho, além de ampliar a segurança jurídica para os 12 milhões de brasileiros que já prestam serviço como terceirizados. A polêmica existe. É preciso avaliar, muito bem, os dois lados “da moeda”. O projeto ainda precisa ser votado no Congresso e a pressão é grande nas ruas e redes sociais para que seja alterado. Deputados do PT e parte do PSDB se opõem, inclusive, ao artigo que permite a terceirização das atividades-fins das empresas. Mas a polêmica está longe de ser nova. Há décadas os economistas se dividem dentro e fora do Brasil sobre os possíveis efeitos da terceirização de trabalhadores pelas empresas. Fica a pergunta: a terceirização ajuda a gerar empregos ou apenas precariza as relações de trabalho? Quem defende diz que ampliar as possibilidades de terceirização das atividades das empresas pode ajudar a tornar a economia brasileira mais competitiva, impulsionando a criação de empregos no médio prazo. No que diz respeito aos efeitos da terceirização sobre os direitos dos trabalhadores as opiniões também se dividem. Segundo a CUT, quatro em cada cinco acidentes de trabalho envolvem funcionários terceirizados. Esses empregados também receberiam salários 25% menores e trabalhariam 3 horas a mais por semana que os contratados. Dados mostram que uma ampliação da terceirização ceifaria direitos e conquistas da classe trabalhadora no Brasil. Mas, é importante que, nesse momento, com muita cautela seja analisado todos os itens, ponto-a-ponto, do que deve ser realmente o projeto. Uma coisa é certa: seja o que for votado, os trabalhadores não podem se sentir prejudicados.