Três mil funcionários de quatro hospitais estaduais de Suzano, Mogi das Cruzes e Ferraz de Vasconcelos devem entrar em greve entre hoje e amanhã. A informação é da diretora regional do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), Kátia Aparecida dos Santos. A paralisação da categoria é uma forma de protesto contra o governo do Estado, que ainda não atendeu as reivindicações do grupo. A data-base dos trabalhadores é 1º de março. Do total, 30% dos funcionários prestarão atendimento ou aproximadamente 1.290 profissionais. "Somente os atendimentos de urgência e emergência serão prestados. Consultas ambulatoriais terão de ser remarcadas", disse a diretora. Os sindicalistas estarão até amanhã nas quatro unidades de saúde para organizar a paralisação, orientando servidores e usuários do sistema de saúde estadual. De acordo com Kátia, entre as solicitações econômicas da categoria estão o cumprimento da data-base. "Ela nunca é cumprida. Além disso, requeremos reposição de 23,52%, reajuste de 7,84%, vale-refeição de R$ 31, que atualmente são R$ 8 (por dia), e a manutenção do prêmio de incentivo de produção. Hoje em dia, se não 'produzimos', não ganhamos". Conforme observado por Kátia, a prerrogativa é de que a greve dos funcionários continue caso não haja parecer favorável do Estado diante das requisições da categoria. "Amanhã à tarde, trabalhadores e sindicalistas realizarão uma assembleia em frente à Secretaria de Estado da Saúde, em São Paulo. Uma comissão irá conversar com o secretário (David Uip). Se não houver consenso, decretaremos greve por tempo indeterminado", enfatizou. Dentre os hospitais que terão os atendimentos reduzidos para 30% hoje e amanhã estão o Regional Doutor Osíris Florindo Coelho, em Ferraz, e o Auxiliar de Suzano, vinculado ao Hospital das Clínicas, além do Luzia de Pinho Melo e Doutor Arnaldo Pezutti Cavalcanti, ambos em Mogi. A estimativa é de que haja dois mil, 600, 60 e 1,7 mil servidores do Estado atuando, respectivamente, nas unidades. "O número é reduzido no Hospital Luzia de Pinho Melo, porque lá a gestão é feita por uma Organização Social (OS)", esclareceu a diretora sindical.
PARECER Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde esclareceu, em nota, que “se mantém aberta ao diálogo, como sempre esteve, e está à disposição para ouvir e debater as reivindicações do sindicato. A pasta espera que o sindicato tenha bom senso e não aprove nenhum tipo de paralisação, de modo a não prejudicar a população usuária do SUS (Sistema Único de Saúde) no Estado”. A secretaria ressaltou, ainda, que os servidores da rede estadual receberam em 2014 aumentos que equipararam suas remunerações da categoria à média praticada no mercado privado. “Somente para os funcionários ligados à assistência os reajustes chegaram a até 43% no ano passado”, finaliza a nota.