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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Editorial

Armazenamento de água

19 fevereiro 2019 - 23h59
Em 2014, o Estado de São Paulo viveu uma crise hídrica. Os níveis de seca e redução de oferta de água atingiram parâmetros preocupantes. Poucas vezes vistos na história. 
As cidades da região passaram por uma situação crítica. Também tiveram de enfrentar ‘rodízios’ de água e fazer parte de campanhas reforçadas na economia de água.
Um dos símbolos desta crise é a diminuição drástica do Sistema Cantareira, imenso reservatório administrado pela Sabesp e responsável pelo abastecimento de água de cerca de 8,8 milhões de pessoas. 
A seca na Região Sudeste, em associação a fatores ligados à infraestrutura e planejamento, é a responsável pela pior crise hídrica enfrentada pela região. A atuação da Sabesp na crise foi criticada em um artigo publicado pela revista PlOS ONE. 
A partir de dados da própria empresa foi constatado que a gestão dos recursos hídricos pela Sabesp é uma das principais responsáveis pela crise.
A situação mudou muito cinco anos para cá. Os reservatórios do Estado ficaram abastecidos por conta das fortes chuvas. Na edição de ontem, o DS trouxe reportagem mostrando que as represas do Sistema Produtor Alto Tietê (Spat) estão operando com 66,7%, o maior volume armazenado dos últimos seis anos. 
O pior período da região foi em 2015, quando o volume armazenado era de 16,3% -- auge da grave crise hídrica que atingiu o Estado. As fortes chuvas da região têm contribuído para que as barragens hídricas alcançassem o recorde. As informações estão disponíveis no portal da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A região não alcançava marca expressiva há anos. Só para ter uma ideia, em dezembro do ano passado, o volume armazenado era de 50,5%. Nos anos antecessores, o cenário continuou semelhante: as represas não conseguiam atingir mais do que 60%. 
O DS fez comparativo para demonstrar a relevância desse recorde. O levantamento leva em conta o dia 18 de fevereiro dos últimos seis anos. Em 2013, a região tinha 58,5%. Já no ano seguinte (2014), o número caiu para 40,2%. O auge da crise no Alto Tietê foi em 2015, quando as represas registravam apenas 16,3%. 
Em seguida, em 2016, os reservatórios tiveram alta, totalizando 30%. E, em 2017 e 2018, as represas voltaram à marca acima de 50%, com 53,5% e 59,7%, respectivamente.
O recorde do volume armazenado é resultado das fortes chuvas, que caem na região desde dezembro do ano passado. Neste mês, a média histórica era de 194,9 milímetros. A pluviometria registrada é maior, o que atinge até o momento 237,2 milímetros. 
Se comparado a capacidade registrada deste ano para o mesmo período de 2018, o aumento é de 14,4%. Ou seja, no ano passado, as represas tinham 52,3%, contra o atual de 66,7%. 
É importante que as medidas, adotadas pela Sabesp, venham atender a demanda dos milhares de consumidores que utilizam o abastecimento das represas. Pelos números divulgados, a falta de água está muito longe de se repetir como em 2014.