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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Editorial

Devedores

17 janeiro 2018 - 05h00
O início do ano é um período de se pagar muitas contas. Muitos impostos vencem no primeiro trimestre e, quem conseguiu receber o 13º salário no final do ano passado tem compromisso de quitar dívidas.
Na edição de ontem, o DS trouxe reportagem mostrando que o número de nomes inclusos no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) aumentou 13,54% no ano passado em comparação a 2016, em Suzano. Em 2017, 97.489 compradores entraram para a lista de devedores. Já há dois anos, 85.866 foram registrados. Por outro lado, o número de exclusões do sistema caiu 15,35% no mesmo período. Os dados foram divulgados pela Associação Comercial e Empresarial (ACE).
A inadimplência é realmente um problema que causa dor de cabeça. 
Cedo ou tarde, surgem aqueles clientes que atrasam o pagamento, deixam acumular algumas parcelas ou que simplesmente somem do mapa.
De acordo com as pesquisas do Boa Vista SCPC, só em 2016 a inadimplência das empresas brasileiras subiu 3,3%. Já em janeiro de 2017, o percentual de cheques devolvidos por falta de fundos atingiu 2,07%. São mais de 100 bilhões de reais em dívidas espalhadas pelos quatro cantos do país, sendo que as principais devedoras são as empresas prestadoras de serviço e as do comércio.
Tendo em vista esse cenário, é preciso encarar que a inadimplência é uma realidade. Esperar que todos os pagamentos sejam efetuados em dia é uma grande ilusão que resultará em impactos ainda mais negativos para a organização. O melhor a ser feito é se preparar para lidar com a situação da melhor forma possível.
No caso de Suzano, no último ano, cinco meses contabilizaram maior número de nomes inclusos no SCPC em relação a 2016. Em fevereiro foi o mais significativo, quando foram computados 9.217 em 2017 e 3.281 há dois anos. Depois vem janeiro, que obteve uma marca alta: passando de 3.005 em 2016 para 8.353 no mesmo período do ano passado. Março, maio e outubro também fazem parte dessa lista de aumento.
Nas empresas dos setores de comércio e de serviços, a inadimplência costuma aumentar nos três primeiros meses do ano, em decorrência das vendas efetuadas no mês de dezembro. E é justamente nestes meses iniciais que também ocorre queda nas atividades desses setores empresariais, deixando muitos empresários em dificuldades. Assim, o empresário, ciente do aumento da inadimplência no período após as vendas natalinas, ou seja, janeiro/fevereiro/março, deverá ser mais rigoroso na concessão de financiamentos, de parcelamentos e de aceitação de cheques, avisam os especialistas.
O fato é que a inadimplência pode inibir novas vendas e também prejudicar a economia. Sem consumidores aptos a fazer as compras, as vendas caem e ocorre um efeito de “bola de neve” com o aumento também do desemprego.