Se as chuvas dos últimos meses e as obras de captação de água deram um alento para as pessoas com relação à crise hídrica, a situação das represas mostra que a preocupação ainda existe. O governo do Estado finalizou a obra de captação de água do Rio Guaió para transportá-la para a Represa de Taiaçupeba e ainda tem mais dois projetos neste sentido que estão sendo realizados e devem ser concluídos até o final do ano, entre eles a de levar água da Represa Billings para o Sistema Alto Tietê. O problema da falta de água tem sido menos explorado do que no final do ano passado, mas a verdade é que a realidade mudou pouquíssimo. Para se ter uma ideia, o Sistema Cantareira opera há um ano com volume morto. Os especialistas afirmam que ainda existe o risco de racionamento. Nas represas do Sistema Produtor do Alto Tietê (Spat), a situação também é semelhante. Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos, o nível de água acumulada caiu 54,8%, segundo dados da própria Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). No meio do mês de julho do ano passado, os cinco reservatórios da região tinham um volume de água acumulado de 74,9%. No mesmo período deste ano, o volume caiu para 20,1%. No final de junho, o Estado entregou uma das obras para amenizar a baixa dos níveis dos reservatórios e continuar com o abastecimento, o que resultou na captação de água do Rio Guaió e a transferência dela para a Estação de Tratamento de Água (ETA) Taiaçupeba. Já para os próximos dois meses ainda está prevista a entrega da intervenção do Rio Grande (braço da Represa Guarapiranga) para também encaminhar água até o Sistema Produtor Alto Tietê. Diante deste cenário preocupante é importante a população continuar economizando água e tomando medidas para que o gasto seja menor possível. Isso porque, em alguns meses, o período considerado de seca vai voltar e as represas não estarão totalmente recuperadas da baixa de acúmulo de água. O Estado tem feito algumas campanhas de conscientização, mas é necessário empenho de todos e talvez o planejamento de outras ações para evitar o desperdício.