sexta 26 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Editorial

Operação contra pedofilia

19 maio 2018 - 23h59
Na semana em que foi deflagrada uma das maiores operações policiais contra a pedofilia no Brasil, a delegada especializada em combate a crimes contra crianças e adolescentes Valéria Martirena defendeu que o debate sobre o tema, apesar de ser tabu, é fundamental para que a sociedade tenha mais conhecimento sobre esse tipo de delito.
Na sexta-feira, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que mais de 1 milhão de arquivos (entre fotos, vídeos e outros documentos obtidos em ambientes virtuais) com conteúdos relacionados a crimes de abuso sexual de crianças e adolescentes foram analisados antes da deflagração da Operação Luz na Infância 2.
Segundo ele, os 579 mandados de busca e apreensão já resultaram em 132 prisões em flagrante. A operação é realizada em 284 cidades, abrangendo o Distrito Federal e mais 24 estados.
O coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Alessandro Barreto, disse que a operação tem como foco encontrar pessoas que tenham grande quantidade de material. 
Essa é a maior ação integrada de polícias judiciárias civis em todo o Brasil. A Operação Luz na Infância 2 conta com 2,6 mil policiais civis que cumprem mais de 500 mandados de busca e apreensão de arquivos com conteúdos relacionados a crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes.
A delegada Martirena chefiou a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente do Distrito Federal, entre 2011 e 2015. 
Dessa experiência, surgiu o interesse em relatar os casos, como forma de alerta e prevenção a abusos sexuais e pedofilia, o que foi feito por meio de um livro tratando sobre o tema. Especialistas em combate a esse tipo de crime afirmam que na maior parte dos casos de pedofilia, o criminoso é uma pessoa da confiança dos pais, disse a delegada. 
Ou seja, as pessoas têm a falsa impressão de que as crianças estão protegidas por estarem com conhecidos. Só que o que é visto é o oposto disso. A grande maioria dos casos é praticado por pessoas conhecidas e familiares. De acordo com a delegada, a própria criança pode dar indicações de que pode estar sendo vítima desse tipo de abuso. 
É comum a ocorrência de temor noturno, agressividade e ou timidez, por parte da criança abusada. Outra forma de se identificar isso é por meio de desenhos feitos durante as aulas na escola e de outras formas de comunicação não verbais. É fundamental que a denúncia seja feita à polícia ou por meio do Disque 100 - número dedicado nacionalmente para denúncias via ligações telefônicas. Esse é um assunto que precisa ser debatido pela sociedade. A discussão é necessária para ressignificar essa violência e melhor atender as vítimas, afirmam os especialistas.