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Jornal Diário de Suzano - 14/11/2024
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Editorial

Reintegração de posse

04 agosto 2015 - 12h26

A moradia popular sempre foi um dos grandes desafios para os governos federal, estaduais e municipais no País. Sabe-se que desde a extinção do BNH, em 1986, até 2008, a habitação social permaneceu relegada a uma posição subalterna na agenda das políticas sociais. Enquanto isso, os problemas habitacionais se agravaram. A Fundação João Pinheiro estimou, no ano de 2008, o déficit habitacional brasileiro em cerca de 5,5 milhões de unidades, sendo cerca de 1,5 milhão nas regiões metropolitanas. Desses totais, 90% correspondem a famílias em situação de pobreza, com renda familiar na faixa de 0 a 3 salários mínimos. Porém, o déficit habitacional é apenas uma parte dos problemas. Estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que os domicílios em áreas de favelas montam a um total de 3,2 milhões. As moradias precárias, como as favelas, são acompanhadas pela ausência de infraestrutura. Para o crescimento de qualquer cidade se faz necessária a expansão de todo serviço público, como distribuição de água, rede de esgoto, energia elétrica, pavimentação, entre outros. O Alto Tietê viveu ontem mais um problema relacionado à habitação. A Justiça fez reintegração de posse no limite entre os municípios de Arujá, Itaquaquecetuba e Guarulhos com o apoio da Polícia Militar. A ação foi pacífica. Começou por volta das 6h30 de ontem e foi resultado de um pedido da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), proprietária da área de 2,7 milhões de metros quadrados, para a Justiça. De acordo com a CDHU, cerca de 500 pessoas estavam na área. Segundo informações da PM, quando os cerca de 550 policiais disponibilizados para a ação chegaram, o terreno já estava vazio. Participaram da operação, agentes dos três batalhões da região (17º, 32º e 35º), além do pelotão da Cavalaria, Batalhão de Choque, tropas da Força Tática, Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicleta (Rocam), 31º e 44º batalhões. Os policiais foram divididos em três frentes, sendo que duas operaram em Arujá e uma em Itaquá. De acordo com o porta voz da PM, três famílias ainda permaneciam na área quando a Polícia chegou. Não houve resistência por parte dos ocupantes e na área, além das 500 famílias que moravam em habitações improvisadas, outras cinco mil áreas estavam demarcadas. O DS traz informações sobre o caso na edição de hoje, mas é importante mostrar que a situação caótica da moradia persiste e precisa de solução com políticas mais abrangentes.