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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Editorial

Repúdio da OAB

05 março 2020 - 23h59
As cenas de agressão, postadas em vídeo nas redes sociais, contra um travesti são lamentáveis. 
Na edição de ontem, o DS publicou reportagem mostrando que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Suzano, por meio da sua Comissão de Direitos Humanos, repudiou as agressões sofridas pela vítima no último dia 22. 
É importante que as investigações deste caso sejam feitas. A polícia abriu inquérito e deve fazer as apurações necessárias.
O repúdio da OAB veio por meio de nota emitida pela entidade na noite de ontem.
A comissão acredita que "os fatos tenham ocorrido por motivo de transfobia".
"É inconcebível tamanha barbárie contra um ser humano. A transfobia mata! A população LGBTQ+ no país vive sob constantes ameaças e alijadas de direitos básicos", diz trecho da nota.
A comissão é enfática e diz que para "essas pessoas (LGBTQ+), o fundamento constitucional é negado".
"A dignidade da pessoa humano é fundamento constitucional insculpido no art. 1º, inciso III, da Constituição Federal, mas é negada para essas pessoas", enfatiza a comissão.
A nota também lamenta os preconceitos que a classe LGBTQ+ sofre no País, que conforme a nota, isso se justifica "pois há dificuldades em aceitar as diferenças". A nota ainda defende que a sociedade debata mais o tema e pede para que as pessoas não se calem diante dessas situações.
"É necessário o constante debate e educação sobre o tema, a sociedade não pode se calar diante de tamanha atrocidade, não se pode normalizar a violência. As autoridades devem agir de forma rigorosa a fim de coibir e punir quaisquer tipos de violências contra a comunidade LGBTQ+", exige a comissão.
Conforme reportagem publicada pelo DS na última terça-feira (03), o caso da agressão sobre a travesti ganhou destaque após um vídeo do caso circular nas redes sociais.
Quem teve acesso ao conteúdo pode observar que um travesti é agredido por dois homens. Um dos indivíduos portava um porrete. As informações apontam que o caso ocorreu no dia 22, no sábado de Carnaval. A vítima não registrou Boletim de Ocorrência.
Reportagem publicada no jornal Correio Brasiliense recentemente mostrou que o Brasil matou ao menos 868 travestis e transexuais nos últimos oito anos, o que deixa o País, disparado, no topo do ranking com mais registros de homicídios de pessoas transgêneras.
O dado, publicado pela ONG Transgender Europe (TGEu) em novembro de 2016, é assustador, mas não representa novidade para essa parcela quase invisível da sociedade brasileira, que precisa resistir a uma rotina de exclusão e violência. É importante que estes números sejam analisados,uma vez que muitas vidas estão sendo perdidas no País de forma violenta.