A Polícia Civil apreendeu na noite de terça-feira uma carga de 13,5 toneladas de dinamite que estava desaparecida há quatro dias. Os explosivos foram localizados em um caminhão estacionado em terreno de Guarulhos, na Grande São Paulo, próximo ao limite com o município de Itaquaquecetuba. A carga de 13.500 quilos de dinamite, que havia sido retirada de outro caminhão na madrugada de sexta-feira, 13, em Guarulhos, foi recuperada por Integrantes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Centenas de policiais ficaram em trabalho permanente até a localização do material na tarde de terça-feira. O motorista do caminhão foi preso por envolvimento no crime. A.J.S., de 33 anos, contou aos policiais do Deic que havia sido roubado na região de Cumbica, em Guarulhos. Na versão dele, homens o mantiveram refém por algumas horas e depois o liberaram na zona leste da Capital. A.J.S. seguiu então para o 63º Distrito Policial (Vila Jacuí), onde registrou o crime. Os investigadores da 5ª Delegacia de Roubo a Banco, da Divisão de Investigações de Crimes contra o Patrimônio do departamento, desconfiaram do depoimento do motorista. Junto com o suspeito, eles refizeram o trajeto e cruzaram as informações com imagens de câmeras de segurança de diversas empresas ao longo da via. "Ele entrou em contradição diversas vezes durante o depoimento, então percebemos que ele estava mentindo", disse o diretor do Deic, Emygdio Machado Neto. Além de forjar um crime, o motorista ajudou a levar a carga até uma favela em Cumbica. Confrontado, ele confessou. "Na realidade, o motorista A.J.S. estacionou o caminhão em um ponto de parada e começou a beber. Embriagado, ele passou a oferecer partes da carga para quem quisesse comprar", explicou o titular da 5ª Delegacia, Fábio Pinheiro Lopes. "Foi nesse momento que um homem disse que conhecia alguém que poderia adquirir os explosivos". O homem era R.N.A., de 21 anos, que indicou R.F.O., 22. Esse terceiro suspeito, que possui passagens por furto, foi o intermediário entre o motorista e o traficante E.M.S.M., 27, que seria o comprador final. O traficante, conhecido como "Popó", já tinha passagens por roubo, porte de arma, receptação e associação criminosa, mas está em liberdade concedida pela Justiça. "Ou seja, se ele estivesse cumprindo a pena completa, não estaria comprando essa carga e muito menos traficando", afirmou o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes.