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Cidades

Procura por cloroquina aumenta em farmácias e drogarias de Suzano

Há dificuldades para repor estoque após Jair Bolsonaro endossar uso do medicamento

10 abril 2020 - 08h30Por Carolina Rocha - de Suzano
Em pronunciamento divulgado pelas redes de comunicação de todo país na última quarta-feira (08), o presidente Jair Bolsonaro defendeu a produção e o uso da hidroxicloroquina para tratar casos de coronavírus. O chefe do executivo disse que após ouvir médicos e pesquisadores, passou a divulgar a possibilidade do tratamento da doença por meio do medicamento. De acordo com os farmacêuticos, proprietários e funcionários de drogarias de Suzano, o pronunciamento do presidente fez com que a procura pela cloroquina aumentasse expressivamente na cidade.
 
Na farmácia onde Erick Antônio Rodrigues trabalha como balconista já não é possível encontrar o medicamento. Ele explica que logo após as primeiras declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que a agência responsável pela liberação de remédios no País, Food and Drug Administration (FDA), acelerasse os estudos para autorizar o uso do remédio contra o vírus, a procura pela cloroquina subiu significativamente. 
 
"Desde que o Trump fez aquela declaração, a procura tem sido muito alta. A gente nem sabia por que pessoas comuns estavam atrás do medicamento, só depois que vimos as reportagens que fomos entender. Com o pronunciamento do Bolsonaro também foi a mesma coisa", relata.
 
Rodrigues explica que a venda do remédio não precisava da retenção da receita médica, mas que é necessário a apresentação da prescrição para que o medicamento seja disponibilizado, o que facilitava a venda da hidroxicloroquina.
 
Entretanto, no dia 21 de março de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução onde instruía as farmácias e drogarias a vender o remédio apenas para pessoas com receita especial de duas vias, como uma forma de controlar a entrada e saída do medicamento. Para não travar tratamentos que estejam em andamento, a Anvisa determinou que essa regra passe a valer a partir do dia 19 de abril deste ano.
 
O aumento na procura também afeta as pessoas que precisam do medicamento para tratamento de outras doenças. É o que explica Marcelo da Silva, farmacêutico e proprietário de uma drogaria na cidade. "O problema é que a gente não tem mais o remédio. A cloroquina trata artrite, lupús e malária e essas pessoas já não estão conseguindo encontrar o medicamento nas farmácias. O pronunciamento do presidente influenciou muito para que houvesse essa alta na procura", diz.
 
Em outra drogaria da cidade, a auxiliar de farmácia Nilza Nunes, diz que mesmo não tendo o remédio na farmácia, muitas pessoas ainda ligam e vão até o local perguntar sobre a hidroxicloroquina. "A cada três pessoas que eu atendo, uma está atrás da cloroquina. E são pessoas comuns, sem receita mesmo. A maioria dos fornecedores já não tem mais o remédio", conta. 
 
No final de março, a Anvisa liberou que uma pesquisa com a hidroxicloroquina e azitromicina fosse feita pelo Hospital Israelita Albert Einstein para o tratamento da Covid-19. Segundo a agência, os desfechos dos estudos estão sendo acompanhados, assim como o cumprimento das práticas clínicas. 

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